[alcançada a p. 300; leitura «quase» terminada]
RECORTE(s):
Na Páscoa desse ano as minhas sobrinhas de Bogotá voltaram e o Córdoba inventou, na sua casa transitória, um «festival de cinema infantil» para elas e para as crianças com quem vivia agora [...]
Falou com o Pocholo e com outros amigos e conseguiu arranjar as fitas e as licenças que queria. E todos os dias dessa Páscoa, no pátio da casa de Laureles, num grande ecrã que eu levei para lá, e com o velho projector que o Córdoba tinha, cerca de doze crianças puderam ver os dez filmes que o Luís preparara para eles. Com um intervalo de meia hora para tomar qualquer coisa, projectava dois por dia. Fazia uma introdução e entregava a cada criança uma fotocópia da ficha técnica dos filmes [...] [lista dos filmes que o Gordo apresentou] [...]:
1. Adeus rapazes (Au revoir les enfants), de Louis Malle, com Gaspard Manesse
2. O livro da selva (...), de Walt Disney
3. O menino selvagem (...), de Truffaut, com o próprio realizador no papel de proagonista
4. Lua de papel (...), de Peter Bogdanovich, com Ryan O'Neal e Tatum O'Neal
[sublinhados acrescentados]
5. O pirata sangrento (...), de Robert Siodmak, com Burt Lancaster
6. A princesa prometida (...), de Bob Reiner, com Mandy Patinkin
7. O navegante (...), de Buster Keaton
8. Meu pé de laranja lima (...), de Aurélio Teixeira
9. A guerra dos botões (...), de Yves Robert
10. Tempos modernos (...), de Charlie CHaplin
Em jeito de brinde, no Domingo da Ressurreição, também projectou uma ópera, A flauta mágica, na versão cinematográfica de Bergman. Também neste caso o Luís ia traduzindo o guião do alemão, e as crianças acompanhavam, fascinadas, [...]
Héctor Abad Faciolince, Salvo o meu coração, tudo está bem, pp. 289 - 290